Sunday, January 06, 2008

Casamento de Sonho

Em um ano tudo muda.
Uns seres crescem, outros morrem, e alguns simplesmente desaparecem.
Em um ano tudo se transforma.
As estações mudam, os ventos rodam e as pessoas envelhecem.
Tudo em um ano é diferente
O que está cá hoje pode não estar no ano a seguir,
E o que não há agora pode depois haver em demasia.
Os amores também mudam, crescem e desaparecem…
Transformam vidas, pessoas, e ideologias.
Os amores salvam, livram-nos da tristeza e da solidão.
Tiram-nos do sério, roubam-nos a razão e distorcem a visão.
As coisas simples complicam-se, as complicadas esquecem-se
E o amor só aumenta.
Até que…
Às vezes, de um dia para o outro, tudo rebenta.
O amor deixa de crescer
O desejo começa a desaparecer,
E é nesta altura que começamos a sofrer.
Dias grandes para Mundos pequenos
Onde o tempo insiste em demorar
Onde os lugares nos fazem pensar e lembrar
Onde as memórias nos fazem viver, rir e chorar
E só depois nos deixam continuar…
A viver,
A sonhar,
A esperar..
Dia após dia, com uma nova esperança
De te voltar a tocar, de te voltar a abraçar,
De te voltar a beijar,
E sempre com o sonho de um dia contigo casar.

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Thursday, December 20, 2007

Feliz Natal

Hoje acordei e senti que era um dia especial. Não sei muito bem o que foi, ainda não descobri a razão do meu sentimento, mas sei que é muito forte e sabe bem.
Acordei calmo e em paz, rodeado de alegria, carinho e gente feliz.
É tão estranho que hoje em dia, em tempo de guerras e tantas tristezas haja pessoas com a coragem de serem felizes.
Estava eu a pensar nisto quando me lembrei de um sonho que tive há uns tempos....
Muitas pessoas atarefadas preparavam uma festa. Uma festa de anos para uma criança. Era um Menino que fazia anos. Era tudo tão bonito. Na noite em que Ele nasceu, na noite dos Seus anos, toda a gente se juntou para Lhe dar presentes e os parabéns. Porquê, se não O conhecem?!
Foi aí que percebi que não é preciso conhecer-se o Menino para ser feliz. Não é preciso conhecê-Lo para dar presentes ou festejar os seus anos. A única coisa de que precisamos é de Fé e Esperança.
Todos os anos, por esta altura, milhões de pessoas à volta de todo o Mundo festejam o nascimento do Menino Jesus. Todos os anos no Natal, milhões de pessoas à volta do Mundo recebem uma oportunidade de começar de novo e de se sentirem crianças outra vez.
É neste momento de paz e amizade que temos de dar graças a Deus por estarmos juntos e agradecer o facto de podermos ser felizes junto de quem mais gostamos e de quem mais gosta de nós. Nem que seja só por um dia....

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Monday, December 17, 2007

Homenagem

Faz hoje um ano que partiste. E como há um ano, no dia de hoje os relógios não deram horas. O sol não brilhou com mais força. Os pássaros não cantaram mais alto, nem o mar se revoltou mais do que é costume. Nas ruas as pessoas não se apressaram mais. O trânsito não parou, nem as pessoas sentiram a tua falta.
Em tua casa a tua cadela sentiu.

Faz hoje um ano que partiste. E como há um ano, no dia de hoje, todos nos reunimos, vestidos de cores escuras ou neutras. Todos celebrámos a vida e te prestámos homenagem como seria de esperar. Mas mais uma vez, os pássaros não cantaram mais alto. O sol não brilhou com mais força nem nas ruas as pessoas se deram conta de que alguma coisa se passava de anormal.

Faz hoje um ano que partiste e lembro-me desse dia como se fosse ontem. Aliás, para mim, é como se tivesse sido. Lembro-me de toda a sequência de eventos que levaram desse dia ao dia seguinte, e lembro-me de todas as pessoas que mobilizaste como só tu sabias fazer!

Lembro-me de ti todos os dias, e sei que há muito mais gente que como eu também se lembra. Até chego mesmo a pensar, ou arriscar escrever, que todos nós nos lembramos de ti a cada hora. Mas não sei se será verdade. Eu sei que cá em casa, é!

Faz hoje um ano que partiste e embora todos pensemos em ti todos os dias, poucos sabem a falta que verdadeiramente fazes a todos nós. Por todas as razões e mais alguma. Desde a companhia a tomadas de decisões. Desde de passeios à sombra a negócios fantásticos. Fossem conselhos, ou simples conversas de circunstância, nunca ninguém conseguirá ter o poder que tiveste, e a presença que te eram tão características.

Sempre bem vestido. Sempre bem posto. Fosse em que circunstancia fosse. Fosse porque razão fosse.

Há um ano tudo era diferente. Há um ano todos éramos mais fortes, e menos frios. Há um ano… Há um século. Há um segundo…

Foi como se tivesse sido de um segundo para o outro, embora já todos o esperássemos. Quiseste ver-nos a todos antes de ires mas não conseguiste. Pelo menos, por carta, lá disseste até já a cada um de nós, e sobretudo, aos teus filhos mais queridos.

Como seria de prever, deixaste tudo escrito e preparado para a tua partida. Só tu serias capaz de uma coisa dessas. Sempre preocupado com o bem-estar de todos, abdicaste muitas vezes do teu próprio e como o verdadeiro herói que eras, puseste tudo e todos na linha, mesmo que para isso tivesses que ter criado ou quebrado laços que um dia se hão de voltar a atar.

Faz hoje um ano que partiste. Para trás ficaram os almoços ao Sábado. As mesas cheias de gente no Natal. O passeios à sombra de tantas árvores que tanto amaste desde pequeno. Os cães. O leão. Os museus que com todo o teu amor e dedicação criaste. E as histórias. As histórias que só tu sabias contar. Que só tu viveste e das quais te lembravas como se tivessem acontecido ontem.

Passou-se um Verão, e tu não estavas cá. Chegou o Outono, as vindimas, de que tanto gostavas. Está quase a chegar o tempo das éguas terem poldros e a nada disso poderás assistir. Pelo menos não aqui, connosco, a fazer-nos companhia.

Passeio muitas vezes sozinho por aqueles caminhos e aquelas estradas que mandaste abrir e sinto-te lá comigo. Perto de mim. Oiço palavras tuas no restolhar das folhas. Vejo a tua cara em cada obra porque passo. E sei que tudo só está ali porque tu concretizaste um sonho de criança. Porque sempre lutaste para que todos tivéssemos tudo, e para que esse tudo fosse o melhor a que tínhamos direito.

Criaste um legado ao longo dos anos. Criaste um nome que para sempre ficará na história. Uma marca que será lembrada durante longos anos e serve de guia e inspiração a muitos de nós que te admiravam e te tinham como um herói. Que na verdade eras….

Faz hoje um ano que partiste, e como há um ano, os relógios não atrasaram. Não deram horas. As pessoas não prestaram homenagens. Os pássaros não voaram mais alto. Nem o sol brilhou com mais força por entre as nuvens. Só nós é que soubemos que dia era hoje. E só nós é que te homenageámos da melhor maneira que encontrámos e da única em que fomos ensinados.

Faz hoje um ano que partiste e ainda não acredito que seja verdade. Sou obrigado a acreditar por causa de tudo o que se passa à minha volta. Mas sei que lá de cima, ou à nossa volta, estejas onde estiveres, estás a olhar por todos nós, preocupado, e com vontade de ajudar e participar como era o teu costume.

Ao longo deste ano, pouco se falou sobre o passado, sobre o futuro ou sobre o presente. Cada um tomou para si o que aconteceu e um a um lidámos com isso da melhor forma que encontrámos. Escrevendo. Lendo. Conversando….

Faz hoje um ano que partiste e para trás ficaram os passeios à sombra das tuas árvores. As histórias perto dos teus quadros, ou dos teus azulejos. As conversas à porta de casa antes do almoço e antes de voltares para Cascais. As salas cheias em dias de festa e o frenesim de visitas que tinhas todos os fins-de-semana.

Faz hoje um ano… E a tua história ainda está por contar. Por escrever… Por filmar…
Faz hoje um ano e ainda ontem aqui estavas. Há um século. Há um ano. Há um segundo.

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)
20.11.2007

Friday, March 02, 2007

While I Sleep

And finally my eyes close one last time before I fall asleep.
My mind and soul drift away from my body, and jump into the night.
It’s dark and only the stars are burning bright.

And while I sleep,
My closed eyes guide me
To wherever I may leap.
I feel like a little boy once again,
Traveling through time,
Wandering through space
And this, always while I sleep

Flying around the world in one single night
Exploring Africa under the stars which are burning bright
Discovering peoples, and different ways
Flying around the world in that one single night
Flying around the world, running from the Sun’s rays

My eyes keep closed, and in my bed I still sleep
But outside the window,
My heart and my spirit gently weep.

The morning is near,
And playtime is almost over
The Sun is catching up
And there is no more land to cover
Oh, where to should I fly now?
Where will I find more things to discover?

My eyes slowly open
But I force them to remain closed
I will not wake up
Until I find a desert rose.

The Sun is near
And the morning I do fear.
For reality is here, right around the corner
Screaming, for everyone to hear

I don’t like the real world,
But I can’t fight it anymore.
My mind and my soul return
And tell me the stories of that one endless night

As my eyes slowly open
I am still in my bed
The window is shut
But I know what is real.

I flew around the world last night.
Discovered Africa under the stars which were burning bright
Met new peoples, learnt new ways
All of this during that dark, single night

And later on today, when my eyes will finally close
My mind and soul will be looking for that desert rose.
Waiting for that last breath before I sleep
For new peoples and new ways to go meet
All of this, always while I sleep.

Nuno Geraldes Barba©
(Registo IGAC #786/06)

Tuesday, February 27, 2007

Thank You

I see you everywhere I look,
I feel you every time I move,
I hear you everywhere I go.

I wish I could give you the World.
I wish I could give you the Sun.
I wish I could give you the Moon,
The stars, and everything around.

I can’t give you any of that.
I can only give you my love.
I can only give you what I own,
Which is a love that has grown, and grown
And grown some more.


My love keeps on growing,
My feelings keep on changing.
Every second to something bigger,
Every second to something better.

I see you.
I feel you.
I hear you.

I look outside and see trees.
I see flowers,

I see beauty,

I see you!

I touch the air and feel your skin.
I touch the water and feel your touch.
I look around and I feel you.
I listen to the sounds of the World;
The noise of the cars,

The anger of chaos taking over.
I hear the birds singing,
And I listen to the wind.
I listen to them carefully,
And feel like you’re watching over me.


I hear your voice in the songs of the birds.
I hear your laughter in the wind on the trees.
I hear you all around me.
And finally everything goes.


You are my angel,
You are my Goddess,
You are my Queen,
You are my life!


I see you,
I feel you,
I hear you,
I love you!

I love you like no other,
I want you forever.
I need you for life.

Thank you!
Thank you for arousing my senses,
Thank you for giving me my life.
Thank you for loving me,
Thank you for being mine.
Thank you!

Nuno Geraldes Barba

(Registo IGAC#786/06)

Monday, February 26, 2007

Sonhos de Criança

De cajado na mão vagueias pelo teu Mundo.
Mundo que conheçes como ninguém.
Passas dias no campo, e da terra fazes a tua casa,
Que amas do fundo do coração.

De cajado na mão guardas o teu rebanho.
Mesmo antes do sol nascer.
Nunca viste uma cidade ou um prédio.
E da vida apenas conheçes as vacas,
E o que elas te deram a conheçer.

Guias-te pelos sonhos de criança
Que tudo quer saber, e tudo quer aprender.
Sonhas com futebol,
Carros,
E com o Mar...

De cajado na mão andas pelo teu Mundo.
Devagar, para não cansar,
Olhando em frente, como se o amanhã fosse diferente.

De cajado na mão andas pelas serras e planicies,
E sonhas com o Mar.
Não sabes como é que ele é.
Não sabes a que é que se parece.
Mas sabes que está lá.
Do outro lado das montanhas,
Depois de passares as planicies.
O Mar está lá.

De cajado na mão trabalhas de sol a sol.
Andando pelo teu mundo com o teu rebanho.
Mas sempre com os sonhos de criança
Que mantém acesa a esperança,
De um dia.
Quem sabe,
Ver o Mar.

Nuno Geraldes Barba©

(Registo IGAC #786/06)

Thursday, November 23, 2006

Lake Zürich

I listen to the silence of the Lake.
Not a sound
Not a soul.
Just the moon
The heat,
And a sudden urge to go!

Where? You might ask
That I don’t know.

Across the silence
A flashing light
It sucks me into the night.
Shows me a way,
Leads me astray
And I get lost in my mind.

Feeling scared,
Alone!
Yet excited as I go
Deeper in the night,
Across the silence
Moving towards the light

What will I find?
Again, I do not know.

The Lake does that to you.
When only the stars are above
And the silence below
You get lost in your mind
Finding all the emotions you didn’t know.

Nuno Geraldes Barba©

(Registo IGAC #786/06)